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(Pág. 3) Capítulo 1 - Deixa tocar... Só por hoje

  • Andreia Chaves
  • 5 de mar. de 2017
  • 2 min de leitura

Deixa tocar... Só por hoje

Capitulo 1

Trancou a porta, olhou para o relógio que marcava naquele momento 7:05h, e dirigiu-se ao elevador. Pressionou o botão para chamar, e começou mentalmente a contagem decrescente: - "5..,4..,3..,2..,1". - "Ah! Olha que coincidência! Bom dia vizinha!" - "Bom dia Mark! Agora chama-lhe coincidência?" - Ripostou, tentando manter um ar sério, e a morder o lábio para não desatar à gargalhada ao ver o ar de pânico de Mark. Isso fizera-a lembrar o dia em que o conheceu.

Este mudara-se para o apartamento em frente ao seu, um mês depois de si. Encontraram-se pela primeira vez, no dia em que ele estava a fazer a sua mudança, e Petra vinha da sua ronda de compras, e da sua habitual, quase que obrigatória paragem na confeitaria "Planet Van Smaken", "Planeta dos Sabores", onde bebia um chocolate quente, que ela considerava ser quase tão perfeito como o "seu" café. Estavam ambos à espera do elevador, e Mark, depois de a mirar da cabeça aos pés, da forma que ela veio a aprender mais tarde, era o que ele chamava de discreto, quando queria " - apreciar a beleza feminina à sua volta", e que era exatamente a mesma coisa que ele fazia quando dizia que " - apreciava a beleza feminina, fazendo saber que reparou nelas!". Iniciou imediatamente um diálogo com Petra, tentando saber em que andar esta vivia, se há muito ou pouco tempo, a origem do nome, e, muito "subtilmente", saber se Petra era casada, solteira, viúva, e quando não lhe conseguiu tirar mais do que " - em que essa informação é relevante à sua vida?", ainda mais subtilmente tentou perceber se esta era lésbica. Quando chegaram ao patamar em que Petra vivia, ela teve esperança que ele ficasse lá dentro, que a porta se fechasse, e que só o voltasse a ver uma a duas vezes por ano. Quando Mark saiu do elevador após ela ter saído, e apontando para o fundo do corredor, com um sorriso de felicidade e conquista disse-lhe que "ah! Olha que coincidência extraordinária! Somos vizinhos! Eu vivo naquele apartamento ali ao fundo do corredor", "Sou o Mark Van de Rose! Muito prazer!". A sua boca abriu-se, os olhos esbugalharam, e desespero evaporou por todos os poros de Petra, quando percebeu que, não só Mark vivia no mesmo patamar que ela, mas também, tinha a certeza que não iriam de todo ter encontros casuais, dado que, após uma troca de olhares, e dois minutos de conversa, subtileza, não era uma das suas qualidades, como também não seria capaz de entender.


 
 
 

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